terça-feira, 12 de abril de 2011

Saudade em duas estrofes

A saudade passa tanta coisa
E parece não estar de passagem
Há em mim grande retrocesso
Que pede licença pr'uma viagem

Navego por onde a vida passou
Invento por onde quero passar
Pra que mesmo com muita ilusão
Um pouquinho eu possa voltar


Complementando:
"Saudades, só portugueses
Conseguem senti-las bem
Porque têm essa palavra
Para dizer que as têm."
(Fernando Pessoa)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Sobre o que muda e o que não muda

Não sei quando é a hora certa de abrir mão de um sonho. Há algo dentro de mim que parece indisposto a mudar e não me parece plausível remar contra essa maré. "Let it be!" Em algum momento da vida, encontramos a forma exata de aceitar todas as nossas sensações e, mesmo assim, não ceder a todas elas. Isso nos garante um tom versátil, disposto a nos envolver com tudo o que simples e naturalmente muda. Já sobre o que parece preso ao tempo, é necessário atravessar as pontes, correr o risco de desapegar ao passado e começar de novo, pois a incerteza também pode (ou deve) ser algo indispensável para sua felicidade.

Pedro Bial diz algo inteligente sobre o assunto:
"O fato das coisas não mudarem há muito tempo não quer dizer que as coisas sejam imutáveis."

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Soneto da Imperfeição

Como nesses últimos dois dias não produzi (por falta de tempo) nada, lá vai um soneto que fiz há uns meses. Talvez melancólico demais, mas enfim.. quem não é repentinamente? rs


Sinto como se não existisse
Minha alma parece querer regredir
para um paraíso que já visitei
e lá conheço todas as trilhas

Sinto como se não houvesse um caminho
e não sei onde hei de encontrá-lo
Meu coração sofre o efeito de vacinas
que ousam mascarar até meus sentimentos

Sinto que já não me conheço bem
Tampouco entendo minhas sensações
e, mesmo assim, tento explicá-las

Sinto que, apesar de não entender,
sou exatamente o que escrevo
e, por isso, minha voz é o papel