quinta-feira, 18 de março de 2010

Dois em um

Soneto Imperfeito
Dos versos que por temor não te disse ontem
dos pores de sol que sem você não veria
confirmo a tese de que está mais longe
e a cada instante me esvazio de poesia

Do tempo perdido e dos sonhos roubados
vejo meus sentimentos e os teus entrelaçados
teus beijos úmidos e teus doces lábios
envolvem-me a ti e a teu dejeso desesperado

Do amanhecer do dia ao entardecer da tarde,
passo o meu tempo à procura de minha realidade
no final dos tempos cheguei a conclusão, que

Te enchi de vida e te doei paixão
e agora quando o soneto terminar
com versos IMPERFEITOS te ensinei a me amar.

Ass: Iago Oliveira

Professor tempo
Se paro pra pensar no tempo, o tempo já me para. Me paralisa, me volta ao passado e me leva ao futuro. Isso num piscar de olhos! É incrível a relação de cada pessoa com o tempo, com esse complexo tempo; que me leva ao arrependimento, ao orgulho, à tristeza, à alegria. Ah, o tempo leva-me e arrasta-me pra saudade. Tanta saudade! Saudade até do que eu não vivi, mas do que eu sonhei, pois assim como o que você viveu não volta, sonhos e vontades também não. E acredite, você irá sentir falta deles! O tempo também cicatriza, perdoa, esquece mágoas. Tempo que ensina. Este é o professor tempo, passível de ser usado com inteligência. Saber a hora do resguardo e da espera é um dom de poucos. E também são poucos que sabem que o sofrimento e a dor ensinam a dar, e não a orgulhar. Tempo que, quando controlado demais, te cegará do próprio tempo. Controle demasiado sempre gera cegueira e também a falta de cegueira. Por fim, tempo que é grande amigo da cura, mas que não apagará o que você faz questão de desenhar todo dia.


Ass: Lucas Oliveira

domingo, 7 de março de 2010

Haiti e Chile

É perceptível para nós o quanto o subdesenvolvimento influencia nas complicações criadas pelo ser humano. Somos capazes de perceber que quanto maior a pobreza, mais problemas sociais existem. Porém, o que algumas vezes não conseguimos entender é como essa sociedade reage a assuntos acima do poder humano, como por exemplo, as catástrofes geológicas.
Um exemplo vivo disso são os recentes terremotos ocorridos no Chile e no Haiti. Todos os estudos comprovam que a intensidade do tremor chileno foi maior do que nas terras haitianas, mas ao pararmos para analisar os incidentes, vemos números absurdos: No Chile, houveram 800 mortes, enquanto no país da América Central mais de 230.000 pessoas perderam suas vidas. Duas palavras talvez melhor expliquem isso: desigualdade social. Um tema tão abordado e consequente para a sociedade foi a causa da destruição de um país, de vidas simples e miseráveis materialmente, mas sobretudo, cheias de suor e orgulho.
Fica nítido para nós que os acidentes geográficos não podem ser ignorados, que devemos nos adaptar e principalmente preparar-nos melhor para recebê-los de maneira menos devastadora e prevenir para que milhares de vidas não sejam perdidas tão abruptamente.
A diferença das consequências entre os dois países é absolutamente brutal. Nenhum haitiano merece ser vítima da falta de humanismo do mundo onde vive. Friamente, parece que não trata-se da mesma espécie de ser vivo. Todo o ocorrido não é só uma questão econômica e visual, trata-se de uma questão de respeito e, principalmente, de uma questão humana!

Iago Oliveira e Lucas Oliveira.