terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Sinto cansaço

Sinto cansaço
Já nessa etapa, incomum seria se não fosse assim
Mas estou cansado e não sei do quê
Cansaço involuntário...

Há as coisas viradas a elas mesmas
Que não precisam de causa alguma
E me pareço assim
Cansado -só- pelo cansaço

Me consome essa falta de vitalidade
Causada só pela ausência das causas
Que tornam-se tão turvas
A partir desse cansaço

Cansei-me também dessa visão viciada
Oras, se nada tem tuas causas, que diabos faço aqui?
Vivo apenas por ser?
E sou, também e agora, cansado

Dói-me olhar na alma e ver assim
Tudo branco, silenciado, de forma intensamente compacta
Alma intrinsecamente modificada
Pelo cansaço que há em mim

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Perda ingrata

O ato da perda não é assim incomum
Há na mente a pré-disposição ingrata
De que as coisas finas ou baratas
Percam-se efêmeras, de uma em um

Perde-se a moeda, o tato, o remédio
Seja no novo, no vil ou no tédio
A perda cotidiana é infielmente eterna
Desejo-me então, a perda da parte interna

Irracional em duas frases

O sentido encontra-me facilmente na ausência dos sentidos. Não porque abro mão das objetividades, mas porque minha obscuridade revela-se mais a mim mesmo do que minha incompleta exposição.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Aliterar-se

O mudo muda na mudança do mutável, que mescla o mundo na ideia do ideal. Sonho como se sonha nos sonhos mais sonhados, mas espero na esperança de somente esperar. Como podem as rebuscadas e atrevidas palavras dizerem, assim, tudo o que eu quero de mim? Vai saber, eu não sei..

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Poesia, prosa... confusão!

Ando por aí
Como se andar fosse apenas dar os passos
Pra frente, pra trás, quem sabe até pro lado
Basta não se entregar pra inércia das coisas

Meu destino é a junção de minhas ações,
Da minha fé e da minha sorte
E nada ocorre paralelamente a nada
Sou a mistura de todas as minhas fases (ou quem sabe faces)

O fato de eu poder ser um a cada momento
Não quer dizer que eu não seja eu mesmo sempre
Tudo em mim, às vezes, é nada
E o nada também pode ser tudo

Há muita beleza na invisibilidade da vida
O que eu não vejo é essencialmente importante
Para a construção do que, pra mim, é sentimento
E assim, devagarzinho eu chego lá, bem lento..

Frase complementar: "Quem no balanço do mar caminha num baque só?" (Marcelo Camelo)

terça-feira, 3 de maio de 2011

Passado, presente e futuro

Antes de postar o texto, quero explicar que a breve paralisação do blog ocorreu por conta do feriado, provas e trabalhos! rs
Agora, vamos ao que importa:


Não consigo me entregar a ideia de que o passado é apenas o que passou. A linha do tempo não obedece a forma linear das coisas. Há dias em que me misturo completamente entre o ontem, o hoje e o amanhã. E isso não é tão incomum assim! Devaneios, nostalgia, déjà vus.. quem nunca presenciou isso tudo? São a prova concreta da mistura de todos os nossos momentos. E mesmo que as emoções, por um lado, não sejam presenciáveis, tenho certeza do quanto isso faz parte de mim! Quero olhar para a frente de uma forma recorrente ao meu passado. Enxergar tudo o que faz parte de mim de uma forma concisa e clara. E, antes que ao menos pareça, não trata-se de uma prisão. Trata-se do espelho orgulhoso da minha própria vida!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Saudade em duas estrofes

A saudade passa tanta coisa
E parece não estar de passagem
Há em mim grande retrocesso
Que pede licença pr'uma viagem

Navego por onde a vida passou
Invento por onde quero passar
Pra que mesmo com muita ilusão
Um pouquinho eu possa voltar


Complementando:
"Saudades, só portugueses
Conseguem senti-las bem
Porque têm essa palavra
Para dizer que as têm."
(Fernando Pessoa)